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O Cérebro Humano e o Cérebro da Drosophila: Um Alerta sobre o Ensino e o Desenvolvimento Cognitivo

31
jan, 2025

A comparação entre o cérebro humano e o cérebro de uma drosophila pode transformar sua compreensão sobre o funcionamento cerebral e desafiar as práticas pedagógicas adotadas hoje no ensino infantil.

Um estudo recentemente publicado em 2 de outubro de 2024 na Revista Nature (https://www.nature.com/articles/s41586-024-07686-5) mapeou com precisão o cérebro da Drosophila melanogaster, que possui apenas 140.000 neurônios, agora completamente mapeados e simulados em computador.

Comparado com nossos 86 bilhões de neurônios ou 614 x mais.

Apesar de seu cérebro ser extremamente pequeno em comparação ao dos humanos, a Drosophila apresenta um cérebro dividido em várias regiões que controlam funções específicas, como visão, olfato, aprendizagem, memória e controle motor.

Elas são capazes de voar, enquanto nós, humanos, não temos essa capacidade inata.

Ainda mais notável é o fato de que, com seu sistema nervoso limitado, esses insetos são capazes de aprender, formar memórias e exibir comportamentos relativamente sofisticados, como navegação espacial, seleção de alimentos e interação social.

Essa espécie existe há aproximadamente 46 milhões de anos e demonstra uma impressionante capacidade de adaptação a diversas mudanças climáticas.

Em comparação, o Homo sapiens tem apenas cerca de 300.000 anos e enfrenta dificuldades em sobreviver a alterações climáticas relativamente modestas, como um aumento de três graus na temperatura global que está deixando todo mundo em pânico.

No entanto, o cérebro humano é aproximadamente 600.000 vezes maior, com 86 bilhões de neurônios.

Existem várias razões pelas quais os humanos desenvolveram cérebros tão grandes:

  1. Tarefas Complexas: O cérebro humano é capaz de realizar tarefas altamente complexas, como raciocínio abstrato, resolução de problemas, uso da linguagem e planejamento a longo prazo.
  2. Interações Sociais: A gestão de relacionamentos sociais, a compreensão de emoções e a cooperação em grandes grupos exigem uma capacidade cognitiva avançada.
  3. Linguagem: A capacidade de comunicação através de uma linguagem sofisticada é única entre os humanos, o que requer o desenvolvimento de grandes áreas cerebrais, particularmente nas regiões de Broca e Wernicke, que são responsáveis pela produção e compreensão da linguagem.
  4. Aprendizagem e Memória: Os humanos possuem uma vasta capacidade de aprender, armazenar memórias e se adaptar a novas situações. A transmissão de conhecimento através de gerações — cultura, ciência, arte, entre outros — exige um cérebro maior e mais complexo.

Entretanto, essa diferença de tamanho cerebral suscita uma reflexão: será que essas habilidades realmente justificam a necessidade de um cérebro tantas vezes maior?

Uma hipótese preocupante é que podemos estar enchendo os cérebros de nossas crianças com dados e habilidades inadequadas.

Não há evidências conclusivas de que o desenvolvimento humano, como espécie, tenha sido plenamente bem-sucedido — pelo contrário, nossos desafios atuais sugerem o oposto.

Apesar de nosso potencial cognitivo, o sistema educacional falha em preparar nossos jovens de forma abrangente.

Não ensinamos de maneira adequada habilidades essenciais como resolução de conflitos, inteligência emocional, comunicação eficaz, resolução de problemas, pensamento crítico, tomada de decisões, contabilidade doméstica, ou até mesmo a manipulação de múltiplas variáveis simultaneamente.

Além disso, o vocabulário adulto, que consiste em cerca de 30.000 palavras e seus 200.000 significados contextuais, raramente é abordado de forma sistemática nas práticas pedagógicas atuais.

Os cérebros das crianças estão “implorando” por informações valiosas e significativas, mas o sistema educacional frequentemente desperdiça anos ensinando letras maiúsculas e minúsculas, escrita cursiva, tabuada e livros infantis que pouco desafiam suas capacidades cognitiva

A missão do projeto Mentes Brilhantes é justamente investigar e adaptar nossos métodos de ensino para se alinharem ao desenvolvimento cerebral das crianças, ao invés de forçar as crianças a se conformarem a práticas educacionais obsoletas.

Para isso, contamos com a colaboração de educadores, pesquisadores e a sociedade em geral, pois estamos lidando com mais de 2.000 anos de tradições educacionais que precisam ser urgentemente questionadas. A resistência a essa mudança será significativa, mas persistimos na nossa missão.

Vale destacar que, ao observarmos o sucesso adaptativo da Drosophila, percebemos que, de certa forma, o cérebro desses pequenos insetos está funcionando melhor em termos de sobrevivência do que o cérebro de muitos humanos, que estão à beira da extinção.

Pior existe evidências concretas de um fenômeno chamado regressão sináptica onde o cérebro da criança perde 50% de suas sinapses dos 3 aos 11 anos, porque não são usadas devido nosso ensino limitante e pouco desafiador.

Essa realidade muito precisa mudar, e contamos com o seu apoio.

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